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Leia o primeiro capítulo de 'O Sangue do Olimpo' já traduzido

.. sábado, 13 de setembro de 2014 Nenhum comentário:
A Disney Hyperion divulgou o 1º capítulo de 'O Sangue do Olimpo' em 19 de Agosto, e a equipe PJ Depressão o traduziu, bom aproveito.


JASON

Jason odiava ser velho. Suas articulações doíam, suas pernas tremiam. E quando ele tentava escalar o morro, seus pulmões se sacudiam como uma caixa de pedras.

Ele não conseguia ver seu rosto, graças a Deus, mas seus dedos estavam retorcidos e magros. Suas veias estavam inchadas, e com um tom azul nas costas da sua mão.

Ele ainda tinha aquele velho cheiro de naftalina e sopa de frango. Como isso era possível? Ele tinha ido de dezesseis a setenta e cinco anos, em questão de segundos, mas o velho cheiro aconteceu instantaneamente, como boom. Parabéns! Você fede! "Quase lá". Piper sorriu para ele. "Você está indo muito bem".

Fácil pra ela dizer. Piper e Annabeth estavam disfarçadas de lindas donzelas servindo os gregos. Mesmo em seus vestidos sem mangas e sandálias brancas rendilhadas, elas não tiveram problema navegando no caminho pedregoso.

O cabelo cor de mogno de Piper estava preso em uma trança. Pulseiras de prata adornadas nos braços. Ela parecia uma antiga estátua da sua mãe, Afrodite, que Jason achou um pouco intimidadora.

Namorar uma menina bonita era desesperador o suficiente. Namorar uma menina cuja mãe era a deusa do amor... Bem, Jason estava sempre com medo de fazer algo não romântico, e a mãe de Piper condená-lo para baixo do Monte Olimpo e transformá-lo em um porco-mosteiro.

Jason olhou para cima, a cúpula ainda estava a uma centena de metros acima. "A pior ideia do mundo". Ele encostou-se numa uma árvore de cedro e enxugou a testa. "A magia de Hazel é muito boa. Se eu tiver que lutar, serei inútil."

"Não vai chegar a essa ponto", Annabeth prometeu. Ela olhou desconfortável em sua roupa de donzela. Ela manteve seus ombros encolhidos para o vestido não escorregar. Seu coque duro e louro tinha se desfeito na parte de trás, e seu cabelo pendia como longas pernas de aranha. Conhecendo seu ódio de aranhas, Jason decidiu não mencionar isso.

"Nós nos infiltraremos o palácio", ela falou. "Pegaremos a informação que precisamos e damos o fora". Piper descansou sua ânfora, a jarra de vinho de cerâmica, onde sua espada estava escondida. "Podemos descansar um segundo. Respire um pouco, Jason".

Do seu cordão da cintura baixou a cornucópia, o chifre mágico da abundância. Escondida nas dobras do seu vestido estava sua adaga, Katoptris. Piper não parecia perigosa, mas se precisasse, podia empunhar duas lâminas de bronze celestial ou atirar no rosto dos seus inimigos com mangas maduras. Annabeth pendurou sua anfôra no ombro.

Ela também tinha uma adaga escondida, porém, mesmo sem uma arma visível, ela parecia mortal. Seus olhos cinza tempestuosos esquadrinharam o ambiente, alerta para qualquer ameaça. Se algum cara convidasse Annabeth para tomar uma bebida, Jason achava que era mais provável ela chutar a cara do sujeito no bifurcum.

Ele tentou acalmar sua respiração. Abaixo deles, Afales Bay brilhava, a água tão azul que poderia ter sido tingida com corante alimentar. A poucas centenas de metros da costa, o Argo II descansava ancorado. Suas velas brancas não pareciam maiores que um selo postal, e seus noventa remos pareciam palitos. Jason imaginou seus amigos no deck, seguindo o curso, revezando a luneta com o Leo, tentando não rir enquanto o vovô Jason mancava na subida.

"Estúpida Ithaca", ele murmurou.

Ele supôs que a ilha era bonita o suficiente. Uma coluna de colinas arborizadas torcidas para o centro. Encostas brancas de calcário imergiam no mar. Entradas formando praias rochosas e portos onde casas com telhados vermelhos e igrejas brancas eram aninhadas contra o litoral.

As colinas foram pontilhadas com papoulas, açafrão e cerejeiras selvagens. A brisa cheirava a murta florescendo. Tudo muito bom, exceto a temperatura que estava a cerca de 40,5 graus. O ar estava vaporoso como uma sauna romana.

Teria sido fácil para Jason controlar os ventos e voar até o topo da colina, mas nããão. Por uma questão de discrição, ele teve que lutar junto como um cara velho com problemas nos joelhos e sopa-cheiro de frango.

Ele pensou em sua última subida, há duas semanas, quando Hazel e ele enfrentaram o bandido Círon sobre o penhasco da Croácia.

Pelo menos, em seguida, Jason estava em plena força. O que eles estavam prestes a encarar seria muito pior que um bandido. "Tem certeza que é o morro certo?", perguntou ele. "Parece tipo - eu não sei - calmo".

Piper estudou a cordilheira. No cabelo trançado dela tinha uma brilhante pena azul de uma harpia, lembrança do ataque de ontem a noite. A pena não combinava exatamente com seu disfarce, mas Piper a ganhou derrotando um rebanho inteiro de demônios frangos enquanto ela estava de plantão. Ela minimizou a satisfação, mas Jason poderia dizer que ela estava se sentindo bem com isso. A pena era um lembrete que ela não era a mesma menina que tinha sido no último inverno, quando chegaram ao Acampamento Meio-Sangue.

"As ruínas estão lá em cima", prometeu. "Eu os vi na lâmina de Katoptris". E você ouviu o que Hazel disse. "O maior".

"O maior encontro de espíritos malignos que eu já senti" lembra Jason. "Sim, parece incrível".

Depois de batalhar no templo subterrâneo de Hades, a última coisa que Jason queria era lidar com mais espíritos. Mas o destino da missão estava em jogo. A tripulação do Argo II tinha uma grande decisão a tomar. Se eles escolhessem errado, eles seriam um fracasso, e todo o mundo seria destruído.

A lâmina de Piper, os sentidos mágicos de Hazel, e os instintos de Annabeth concordaram que a resposta estava em Ithaca, no antigo palácio de Ulisses, onde uma horda de espíritos malignos tinham se reunido para aguardar as ordens de Gaia. O plano era esgueirar-se entre eles, saber o que estava acontecendo, e decidir o melhor curso de ação. Em seguida, sair, de preferência vivo.

Annabeth reajustou seu cinto de ouro. "Espero que os nossos disfarces segurem. Os pretendentes são os clientes desagradáveis quando eles estavam vivos. Se eles descobrirem que somos semideuses - a magia de Hazel vai funcionar" disse Piper. Jason tentou acreditar nisso.

Os pretendentes: uma centena dos mais gananciosos, mais malignos assassinos já vistos. Quando Ulisses, o rei grego de Ithaca desapareceu após a Guerra de Troia , esta multidão de Lista-B príncipes tinham invadido seu palácio e se recusaram a sair, cada um com a esperança de se casar com a rainha Penélope e assumir o reino. Ulisses conseguiu voltar em segredo e matá-los - suas boas vindas. Mas se as visões de Piper estiverem certas, os pretendentes estavam de volta, assombrando o lugar onde eles tinham morrido.

Jason não podia acreditar que ele estava prestes a visitar o palácio real de Ulisses, um dos mais famosos heróis gregos de todos os tempos. Então, novamente, toda essa missão tinha sido um evento alucinante atrás do outro. Annabeth tinha acabado de chegar do abismo eterno do Tártaro. Tendo que conta que, Jason decidiu que talvez ele não devesse queixar de ser um homem velho.

"Bem..." ele firmou-se com sua bengala. "Se eu olhar como eu me sinto velho, meu disfarce vai ser perfeito. Vamos seguir em frente".

Enquanto subiam, o suor escorria pelo seu pescoço, suas panturrilhas doíam. Apesar do calor, ele começou a tremer. E por mais que tentasse, não conseguia parar de pensar em seus sonhos recentes. Desde a Casa de Hades, eles estavam mais intensos.

Às vezes, Jason estava no tempo subterrâneo do Épiro, o gigante Clítio pairando sobre ele, falando em um coro de vozes sem corpo: "Foram precisos todos vocês para me derrotar. O que você vai fazer quando a Mãe Terra abrir seus olhos?" Outras vezes, Jason se encontrava na crista da colina do Acampamento Meio-Sangue. Gaia, a mãe Terra se levanta da terra - a figura de uma roda do solo, com folhas e pedras.

"Pobre criança". Sua voz ressoou em toda a paisagem, sacudindo os alicerces sob os pés de Jason. Seu pai está entre os primeiros deuses, mas você está sempre em segundo lugar para seus companheiros romanos, com seus amigos gregos, e até mesmo com sua família. Como você vai provar a si mesmo?"

Seu pior sonho começou no pátio da Casa do Lobo, em Sonoma. Diante dele estava a deusa Juno, brilhando com o brilho da prata derretida. "Sua vida me pertence". Sua voz trovejou. "Uma concessão de Zeus".

Jason sabia que não deveria olhar, mas ele não poderia fechar seus olhos com Juno supernova, revelando sua verdadeira forma divina. Uma dor cauterizava a mente de Jason. Seu corpo queimava em camadas, como uma cebola.

Em seguida, a cena mudou. Jason ainda estava na Casa do Lobo, mas agora ele era um garotinho, não mais que dois anos de idade. Uma mulher ajoelhou-se diante dele, seu aroma cítrico tão familiar. Suas feições eram agudas e indistintas, mas ele sabia que era sua voz: brilhante e quebradiça, como a camada mais fina de gelo ao longo de um fluxo rápido.

"Eu estarei de volta pra você, meu querido". Ela disse. "Eu vou te ver em breve". Toda vez que Jason acordava daquele pesadelo, seu rosto estava coberto de suor. Seus olhos ardiam com as lágrimas.

Nico di Angelo lhe tinha avisado: "A casa de Hades iria agitar suas piores lembranças, fazê-los ver coisas e ouvir coisas do passado. Seus fantasmas irão se tornar inquietos".

Jason esperava que um fantasma particular fosse ficar longe, mas todas as noites, o sonho ficou pior. Agora ele estava subindo para as ruínas de um palácio, onde um exército de fantasmas haviam se reunido.

"Isso não significa que ela vai estar lá." Jason disse a si mesmo. Mas suas mãos não paravam de tremer. Cada passo parecia mais difícil que o último. "Quase lá", disse Annabeth. "Vamos -"

BOOM! A encosta roncou. Em algum lugar sobre o cume, a multidão gritou em aprovação, como espectadores em um coliseu. O som fez sua pele se arrepiar. Não há muito tempo, ele lutou para sua vida no Coliseu de Roma, com sua audiência fantasmagórica. "O que foi aquela explosão?" ele perguntou.
"Não sei", disse Piper. "Mas parece que eles estão tendo diversão. Vamos fazer alguns amigos mortos".
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O Filho de Netuno - CAP. XVI

.. quinta-feira, 2 de janeiro de 2014 Nenhum comentário:

Capítulo XVI - Percy


O ALMOÇO PARECIA UM FUNERAL. Todos comiam. As pessoas falavam em voz baixa. Ninguém parecia particularmente feliz. Os outros campistas continuavam olhando para Percy como se ele fosse o cadáver de honra.
Reyna fez um breve discurso desejando-lhes sorte. Octavian rasgou outra pelúcia e pronunciou presságios sombrios e tempos difíceis pela frente, mas previu que o acampamento seria salvo por um herói inesperado (cujo nome era provavelmente OCTAVIAN). Em seguida, os outros campistas partiram para as suas aulas da tarde – luta de gladiador, aulas de latim, paintball com fantasmas, a formação da águia e uma dúzia de outras atividades que soavam melhor do que uma missão suicida. Percy seguiu Hazel e Frank para o quartel para fazer as malas.
Percy não tinha muito. Ele tinha limpado a mochila de sua viagem ao sul e manteve a maioria de seus suprimentos do Mercado Bargain. Pegou um novo par de calças jeans e uma camiseta roxa extra com o intendente, além de algum néctar, ambrósia, aperitivos, um pouco de dinheiro dos mortais e suprimentos de acampamento. No almoço, Reyna lhe entregou um pergaminho de apresentação do pretor e do Senado do acampamento. Supostamente, qualquer legionário aposentado que eles conhecessem na viagem iria ajudá-los se eles mostrassem a carta. Também manteve seu colar de couro com as contas, o anel de prata e a placa de probatio. E, é claro, tinha Contracorrente no bolso.
Ele dobrou a camisa laranja esfarrapada e deixou-a em seu beliche.
— Eu voltarei — disse ele. Ele se sentiu muito estúpido por falar com uma camiseta, mas estava realmente pensando em Annabeth, e em sua velha vida. — Eu não vou embora para sempre. Mas eu tenho que ajudar esses caras. Eles me acolheram. Merecem sobreviver.
A camiseta não respondeu, felizmente.
Um de seus companheiros de quarto, Bobby, deu-lhes uma carona para a fronteira do vale em Hannibal, o elefante. Das colinas, Percy pôde ver tudo abaixo. O Pequeno Tibre serpenteava entre as pastagens douradas onde os unicórnios estavam . Os templos e fóruns da Nova Roma brilhavam com a luz do sol. No Campo de Marte, os engenheiros estavam trabalhando duro, derrubando os restos do forte da noite anterior e criando barricadas para um jogo de bola da morte. Um dia normal para o Acampamento Júpiter – mas ao norte no horizonte, nuvens de tempestade estavam se reunindo. Sombras atravessavam as montanhas e Percy imaginou o rosto de Gaia chegando mais e mais perto.
Trabalhe comigo no futuro, disse Reyna. Tenho a intenção de salvar este acampamento.
Olhando para o vale, Percy entendeu por que ela se preocupava tanto. Mesmo que ele fosse novo no Acampamento Júpiter, sentiu um forte desejo de proteger este lugar. Um porto seguro onde semideuses poderiam construir suas vidas – ele queria ser parte disso no futuro. Talvez não da maneira que Reyna imaginou, mas se ele pudesse compartilhar este lugar com Annabeth...
Eles saíram do elefante. Bobby desejou-lhes uma jornada segura. Hannibal envolveu os três aventureiros com sua tromba. Então, o serviço de táxi de elefante voltou para o vale.
Percy suspirou. Virou-se para Hazel e Frank e tentou pensar em algo otimista para dizer.
Uma voz familiar disse:
— Identificações, por favor.
Uma estátua de Términus apareceu no topo do morro. O rosto do deus de mármore franziu a testa, irritado.
— Bem? Venham!
— Você de novo? — Percy perguntou — pensei que você apenas guardasse a cidade.
Términus bufou.
— Fico feliz em ver você, também, Sr. Zombador de Regras. Normalmente, sim, eu guardo a cidade, mas para partidas internacionais gosto de oferecer segurança extra nas fronteiras do Acampamento. Você realmente deveria ter pedido autorização duas horas antes de seu horário de partida planejado, você sabe. Mas vamos ter que fazer isso. Agora, venha até aqui para que eu possa te revistar.
— Mas você não tem... — Percy parou. — Uh, certo.
Ele ficou ao lado da estátua sem braços. Términus realizou uma revista mental rigorosa.
— Você parece estar limpo — Términus decidiu. — Tem algo a declarar?
— Sim — disse Percy. — Eu declaro que isto é estúpido.
— Humpf! Placa de probatio: Percy Jackson, Quinta Coorte, filho de Netuno. Tudo bem, vá. Hazel Levesque, filha de Plutão. Certo. Qualquer moeda estrangeira ou, hã, metais preciosos a declarar?
— Não — ela murmurou.
— Você tem certeza? — Términus perguntou. — Porque da última vez...
— Não!
— Bem, este é um grupo mal-humorado — disse o deus. — Viajantes em missão! Sempre com pressa. Agora, vamos ver... Frank Zhang. Ah! Centurião? Muito bem, Frank. E esse corte de cabelo está perfeitamente de acordo com o regulamento. Eu aprovo! Já pode ir, então, Centurião Zhang. Você precisa de direções hoje?
— Não. Não, eu acho que não.
— Vá até a estação BART — disse Términus assim mesmo. — Troque de trem em Oakland na Décima Segunda Avenida. Você quer a Estação de Fruitvale. De lá, pode passear ou tomar o ônibus para Alameda.
— Vocês não têm um trem BART mágico ou alguma coisa assim? — Percy perguntou.
— Trens mágicos! — Términus zombou. — Você vai querer sua pista própria de segurança e um passe para o próximo saguão executivo. Basta viajar com segurança, e fique atento para Polybotes. Falando em transgressores da lei... bah! Eu gostaria de poder estrangulá-los com minhas próprias mãos.
— Espera... quem? — Percy perguntou.
Términus fez uma expressão de esforço, como se ele fosse flexionar seu bíceps inexistente.
— Ah, bem. Basta ter cuidado com ele. Imagino que ele pode cheirar um filho de Netuno a um quilômetro de distância. Saiam, agora. Boa sorte!
Uma força invisível os chutou para além do limite. Quando Percy olhou para trás, Términus tinha ido embora. De fato, o vale inteiro tinha ido embora. Berkeley Hills parecia estar livre de qualquer acampamento romano.
Percy olhou para seus amigos.
— Alguma ideia sobre o que Términus estava falando? Cuidado com os... alguma coisa política ou outra coisa?
— Po-LIB-uh-pote? — Hazel disse o nome com cuidado.
— Nunca ouvi falar dele.
— Parece grego — disse Frank.
— Isso já limita — Percy suspirou. — Bem, nós provavelmente já aparecemos no radar de cheiro para cada monstro dentro de oito quilômetros. É melhor entrar em movimento.


Levou duas horas para chegar nas docas da Alameda. Comparado aos últimos poucos meses de Percy, a viagem foi fácil. Nenhum monstro atacou. Ninguém olhou para Percy como se ele fosse uma criança selvagem sem-teto.
Frank tinha guardado sua lança, arco e aljava em uma longa bolsa feita para esquis. A espada de cavalaria de Hazel estava envolta em um saco de dormir e pendurada em suas costas. Juntos, os três pareciam colegiais normais em seu caminho para uma viagem durante a noite. Eles caminharam até a Estação Rockridge, compraram seus bilhetes com dinheiro de mortais e pularam no trem BART.
Eles desceram em Oakland. Tiveram que caminhar por alguns bairros desagradáveis, mas ninguém os incomodou. Sempre que membros de gangues locais vinham perto o suficiente para olhar nos olhos de Percy, rapidamente se desviavam. Ele aperfeiçoou seu olhar de lobo ao longo dos últimos meses – um olhar que dizia: Por pior que você pense que é, eu sou pior. Depois de estrangular monstros marinhos e atropelar górgonas em um carro de polícia, Percy não estava com medo de gangues. Praticamente mais nada no mundo mortal o assustava.
No final da tarde, conseguiram chegar nas docas de Alameda. Percy olhou para a Baía de São Francisco e respirou o ar do mar salgado.
Imediatamente ele se sentiu melhor. Este era o domínio de seu pai. Em tudo o que enfrentassem, ele teria vantagem enquanto estivessem no mar.
Dezenas de barcos estavam atracados nas docas – desde iates de quinze metros à barcos de pesca de três metros. Ele examinou procurando por algum tipo de barco mágico – um navio trirreme, talvez, ou um navio de guerra com cabeça de dragão que ele tinha visto em seu sonho.
— Hum... vocês sabem o que estamos procurando?
Hazel e Frank balançaram a cabeça.
— Eu nem sabia que tínhamos uma marinha — Hazel soou como se desejasse que não houvesse uma.
— Oh... — Frank apontou. — Você não acha que...?
No final da doca estava um barco pequeno, como um bote, coberto por uma lona roxa. Bordado em ouro, desbotado ao longo da lona estava S.P.Q.R.
A confiança de Percy vacilou.
— De jeito nenhum.
Ele descobriu o barco, com as mãos trabalhando nos nós como se ele tivesse feito isso a vida inteira. Sob a lona estava um velho barco de aço sem remos. O barco tinha sido pintado de azul escuro em algum momento, mas o casco estava tão incrustado de alcatrão e sal que parecia um enorme hematoma náutico.
Na proa, o nome Pax ainda era legível, com letras em ouro. Olhos pintados caíam tristemente no nível da água, como se o barco estivesse prestes a adormecer. A bordo estavam dois bancos, uma palha de aço, um refrigerador velho e um monte de corda desgastada com uma extremidade ligada à amarração. Na parte inferior do barco, uma sacola plástica e duas latas de Coca-Cola vazias flutuavam em vários centímetros de água espumosa.
— Vejam — disse Frank. — A poderosa marinha romana.
— Tem que ser um erro — disse Hazel. — Isso é um pedaço de lixo.
Percy imaginou Octavian rindo deles, mas decidiu não deixar-se rebaixar. O Pax ainda era um barco. Ele pulou a bordo, e o casco zumbiu debaixo de seus pés, respondendo à sua presença. Ele recolheu o lixo do refrigerador e colocou-o na doca. Desejou que a água espumosa fluísse sobre os lados e para fora do barco. Então ele apontou para a lã de aço e ela voou pelo chão, lavando e polindo tão rápido que o aço começou a fumegar.
Quando acabou, o barco estava limpo. Percy apontou para a corda e a desatou do cais.
Sem remos, mas isso não importava. Percy podia dizer que o barco estava pronto para se mover, apenas aguardando o seu comando.
— Vou fazer isso — disse ele. — Pulem para dentro.
Hazel e Frank pareciam um pouco atordoados, mas subiram a bordo. Hazel parecia especialmente nervosa. Quando se estabeleceram nos assentos, Percy se concentrou, e o barco deslizou para longe do cais.
Juno estava certa, você sabe. A voz sonolenta de Gaia sussurrou na mente de Percy, assustando-o tanto que o barco balançou. Você poderia ter escolhido uma nova vida no mar. Você estaria salvo de mim lá. Agora é tarde demais. Você escolheu dor e miséria. Você faz parte do meu plano agora... meu pequeno peão importante.
— Saia do meu navio — Percy rosnou.
— Uh, o quê? — Frank perguntou.
Percy esperou, mas a voz de Gaia estava em silêncio.
— Nada — disse ele. — Vamos ver o que este barco pode fazer.
Ele virou o barco para o norte, e em nenhum momento ultrapassaram o excesso de velocidade, avançando em quinze nós, rumo à Ponte Golden Gate.
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